ANJO
Um dia um anjo em forma de pássaro, entrou pela minha janela. Sim, era lindo. Porte altivo, cores alegres, olhar cativante e cantava lindas melodias que traduzidas eram belas poesias. Cantava para mim todo o dia, gostava de me ver feliz. Como eu não sabia cantar, falava para ele e sei que me escutava e me entendia. Era um ser tão especial... Sem que eu esperasse, começou a ficar prostrado, perdeu o brilho do olhar, não voltou a cantar para mim e senti que estava a chegar o fim. A minha esperança era que com o tempo tudo voltasse ao normal, mas não houve mudança. As suas cores foram ficando desmaiadas, o olhar perdido no infinito, eu chorava e ele chorava. Pedi perdão por algo que pudesse ter feito e magoado mas já não me escutava. O que aconteceu nem eu sei, só sei que já fazia parte da minha vida, mas que a janela que ele próprio escolheu para entrar, teria de ser aberta para voltar a voar pelos céus. Mas ficar sem ele? Como viveria eu? Não sabia. Mas sabia que teria de deixá-lo ir, no momento era o que ele queria. E chegou o dia em que o meu amor falou mais alto que o meu egoísmo e deixei a janela aberta. Ele nem para mim olhou e eu procurei o mar para desabafar. Tanto me custou. Regressei e do que havia nada restou. Tudo levou e me deixou vazia sem comigo querer falar. A janela nunca a fechei, não sei em que céus andará a voar, nem se um dia irá voltar. Só resta esperar.
Helena Santos
Um dia um anjo em forma de pássaro, entrou pela minha janela. Sim, era lindo. Porte altivo, cores alegres, olhar cativante e cantava lindas melodias que traduzidas eram belas poesias. Cantava para mim todo o dia, gostava de me ver feliz. Como eu não sabia cantar, falava para ele e sei que me escutava e me entendia. Era um ser tão especial... Sem que eu esperasse, começou a ficar prostrado, perdeu o brilho do olhar, não voltou a cantar para mim e senti que estava a chegar o fim. A minha esperança era que com o tempo tudo voltasse ao normal, mas não houve mudança. As suas cores foram ficando desmaiadas, o olhar perdido no infinito, eu chorava e ele chorava. Pedi perdão por algo que pudesse ter feito e magoado mas já não me escutava. O que aconteceu nem eu sei, só sei que já fazia parte da minha vida, mas que a janela que ele próprio escolheu para entrar, teria de ser aberta para voltar a voar pelos céus. Mas ficar sem ele? Como viveria eu? Não sabia. Mas sabia que teria de deixá-lo ir, no momento era o que ele queria. E chegou o dia em que o meu amor falou mais alto que o meu egoísmo e deixei a janela aberta. Ele nem para mim olhou e eu procurei o mar para desabafar. Tanto me custou. Regressei e do que havia nada restou. Tudo levou e me deixou vazia sem comigo querer falar. A janela nunca a fechei, não sei em que céus andará a voar, nem se um dia irá voltar. Só resta esperar.
Helena Santos