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terça-feira, 17 de maio de 2016

AMOR E SERVIDÃO

O sal temperou o meu rosto
De desilusão, de desgosto
Mas também de alivio, libertação
Há um tempo para cada estação
E se teimarmos em prolonga-lo
Transforma-se num inferno
Em intermináveis momentos de terror
De destruição
E nunca se encontra solução
Esperando sempre pelo milagre do amor
Mas o tempo é bom conselheiro
E ainda nos brinda com exemplos
Que nos facilitam o desprendimento
Deixando sossegar o coração
E agindo com a razão
Livrando-nos de pedaços de vida
Que mais não servem
Senão para atafulhar a alma
De lixo irrecuperável
E fazer-nos confundir
Amor com servidão
O mel adocicou o meu rosto
Com partículas mágicas de emoção
Porque descobri por fim
Que apenas eu, sou dona de mim!


Helena Santos