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domingo, 3 de abril de 2016

NADA É ETERNO

Devolveste-me a Primavera da Vida
Coloriste os meus dias
em tons de ternura
Perfumaste-me as mãos
com aromas amorangados
Cantaste-me o amor
em doces melodias
que sabias tornarem
momentos tristes em alegrias
Deste-me a beber esperança fresca
que brotava da tua alma
E com abraços impermeáveis
protegeste-me de chuvas traiçoeiras
Com a delicadeza das flores
beijaste um céu só teu
que te cobria de estrelas adocicadas
mesmo antes do sol
cumprimentar a amiga lua
Tudo se deu, muito se recebeu
naquele paraíso encantado
feito à medida de um amor
que mais ninguém percebeu
Mas tudo se desvaneceu
quando um bicho te mordeu
e com o veneno te venceu
Com o Tu infetado, o Eu enfraqueceu
e o Nós não sobreviveu
A Primavera oferecida
transformou-se num Inverno
gelado e sombrio
embrulhada num poema inacabado
fechada numa gaveta mofada e esquecida!


Helena Santos