Não te ouvi como é costume anunciares a chegada
que reconheço à distância na lisura da estrada
Não se fizeram ouvir os teus passos de mansinho
no espaço que nos separa quando termina o caminho
Não te ouvi aproximar conter a respiração, incontida
com esforço, receio de me acordar ficas a flutuar
Não senti como sempre teus dedos a caminhar
procurando os meus ouvidos para neles segredar
Não chegaram até mim, deslizando nos meus ombros
as mãos que me procuram e que reconheço ao longe
Não estremeci com o calor e o sabor do teu beijo
Não despertei
para contigo sonhar e adormecer de novo
Não te sentii no silênco, não encontrei os teus braços,
Porque, simplesmente,
Esta noite não vieste!
Fernanda Lopes