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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

AS TUAS MÃOS
Vi as tuas mãos envolvidas
no silêncio da espera.
Pegavam noutras mãos mais
frágeis e mais sensíveis.
E nesse contacto tão suave,
vi a minha saudade transformada
na promessa
da tua juventude.
As tuas mãos recebiam
as minhas, como herança.
E sobre a ponte dos nossos dedos
emaranhados como cadeias de hera,
vi a estrada onde se acelera
a carruagem do meu passado,
agora, depositado
no futuro das tuas mãos
de primavera.
 
Glória Marreiros