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quarta-feira, 1 de julho de 2015

ROSAS SEM ESPINHOS?

Se não me for permitido errar
Que ando aqui a fazer?
Mas errando não posso esquecer
Que os meus erros devo assumir
E com as consequências conviver
Não é bonito deles fugir
E a terceiros os atribuir
É pura cobardia
Todos temos legitimo direito
De caminhar, tropeçar e até cair
Mas é no levantar com dignidade
Que mostramos a nossa verdade
Não apostar na mentira piedosa
Que nos vitimiza e transforma
Em seres alheados da realidade
Vendo a vida passar ao lado
Com o coração interditado
Pela razão não fomos contemplados
Sabemos
Mas insistimos em arranjar outros culpados
Simplesmente para nos convencermos
Que somos seres iluminados
E que nunca falhamos
Tenho rosas nos meus canteiros
São lindas
E para se manterem vistosas
Não dispensam carinhos
Gosto de tocá-las, cheirá-las
Se não tiver cuidado e me picar
Não posso culpar as rosas
Tampouco os espinhos!


Helena Santos