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terça-feira, 18 de novembro de 2014

GRATIDÃO

Deram-me asas e eu voei
Leram-me um poema e memorizei
Num carrossel de letras
Com palavras me encantei
Num mar de poetas, simplesmente me arrastei
Navegar… nem pensar, sequer tentei
O medo nunca me deixou, sempre me dominou
Mas ensinar, sempre alguém me ensinou
Verso? O que é isso? E a resposta não tardou
Quadra? Como se faz? E como por magia, alguém respondia
Como faço para rimar? Era só esperar e observar
Para mais não me aventurava, ficava assustada
Um dia pensei: preciso de um poema forte
Que mostre todo o meu amor e gratidão
A quem o ler com o coração
Mas não irei pedir a ninguém
Tenho de o escrever com a minha mão
E mostrar que tenho alguma imaginação
Sou capaz
Só tenho de me convencer
Que não posso me manter refém do medo
Preciso mostrar que as palavras ditas
Não foram arrastadas pelo vento
Mas ficaram no meu pensamento
E surtiram efeito
Quem sabe algures, em algum lugar
Irei surpreender alguém
Ao ver que o que me ensinou
O que insistiu e me incentivou
Se transformou em sorrisos, ganhou cor
E brilhou
E como forma de gratidão, aqui estou
Humildemente
Oferecendo ao anjo a luz que brotou
Dos ensinamentos que semeou em mim
Porque na minha capacidade confiou.


Helena Santos