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quinta-feira, 10 de julho de 2014

ABISMO

Há algo que me arrasta para o abismo
Sou um ser moldado em fragilidade
Não tenho como me defender das hostilidades
Vivo de sonhos de encantar
Porque nem os pesadelos eu deixo entrar
Mas olho à minha volta e sinto-me única
Será que estou a delirar?
O amor pincela-se de negro e esconde-se na escuridão
Os sorrisos sentem-se tímidos e choram até à exaustão
O vento varre a confiança e a esperança, ao passar
E quem pretende reservar um lugar no futuro
Não tem a quem recorrer, não tem onde se agarrar
A chuva não lava a alma, diz não se querer cansar
O sol não aquece e desola, com ele todos estavam a contar
Será que é a visão de um coração a sangrar,
Ou nada floresce neste jardim
E para mim a vida chegou ao fim?

Helena Santos