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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014






 TRISTE ANOITECER

Desceu o entardecer e logo se instalou o anoitecer
Mais uma noite em que a solidão de mim se apoderou
É a tua ausência, amor que faz sangrar o meu peito
No silêncio do meu quarto oiço os teus passos,
Mas o frio dos lençóis lembra-me que foste e não mais voltaste
São horas de angústia, a esperança voa através da janela semi aberta,
Se perde na noite estrelada e nunca regressa acompanhada
Só que eu não me conformo,
O que foi não volta a ser, mas algo melhor irá acontecer
Tu irás voltar e quando em mim te instalares
As noites passarão a ser de magia
Ao amanhecer estarás tão rendido, que outra partida será uma utopia
E para além da luz que entra pelas frestas, nada mais será permitido
Para além de amar, amar e amar
Meu querido!

Helena Santos

Foto net




 DESALINHO

Adoro cabelos no ar,
despenteados, desgrenhados,
soltos, livres,
desafiando o vento
Assim devia ser a vida, em cada momento

Adoro gargalhar,
rir, sorrir, me escangalhar
enfim, deixar a alegria sair
porque um dia ela vai acabar

Adoro janelas escancaradas,
portas sem trancas,
sentir o ar circular
e no meu corpo se entranhar

Adoro amar
sem regras, limites
esquecendo as boas maneiras,
porque gosto mesmo de aproveitar
e com tudo me deliciar

Adoro o desalinho,
a simplicidade

Detesto a suposta perfeição
porque é no meio do caos
que se reconhece
um enorme coração

Helena Santos.

Foto net




MORTE

Sei que vou morrer
Todos nós iremos morrer
Mas eu sei que será breve
Sinto a morte a chegar
Já oiço os seus passos no jardim
Não tarda está a tocar à porta
E quando isso acontecer,
Nada farei para a impedir de entrar
Terá estadia caso queira descansar
E quando chegar a hora de partir
Estarei pronta para a acompanhar
Se ela me vem buscar
É porque sabe que serei mais feliz, num outro lugar
Podia aqui ficar, mas sinto que não é o que quero
Então, para quê me contrariar?
Os dias estão cada vez mais cinzentos
As flores a perder o perfume e a cor
As pessoas vão deixando de sorrir
O amor se mascara de vários personagens,
Porque tem vergonhar de se assumir
A amizade manipulada pelo ciúme e pela inveja,
Vai perdendo qualidades e de repente não há quem a veja
No meio de tanto vazio e tanta maldade,
Não haverá melhor lugar para quem pretende serenidade?
Certamente que sim e é para lá que vou rumar,
Despida de tudo e até de mim
E em paz, com calma, simplesmente levarei a minha alma.

Helena Santos

Foto net