A brisa salgada afagava a costa e a maré respirava tranquilamente para não acordar o silêncio milenar das conchas.
O teu sorriso sedutor encorajou-me e desci contigo a tosca escadaria de pedra que conduzia à praia deserta, esquecida do mundo, onde o tempo parecia não existir.
As sombras projectadas nas areias douradas eram atravessadas por feixes de luz filtrados pelas brechas escavadas nas rochas que rodeavam a enseada.
Olhámo-nos demoradamente, extasiados pela magia deste momento único e arrebatador…
O brado das gaivotas suspendeu-se no ar quando, nus, mergulhámos no lençol azul do mar, os nossos corpos se fundiram e foram o pulsar da maré.
A vida oferece-nos raros instantes de pura emoção, que nos tocam a alma e guardamos em nós, na ilusão de um dia podermos regressar…
Hoje, voltei àquela praia paradisíaca, para sentir a tua presença, o fulgor dos teus olhos, a lava da tua boca, a centelha do teu corpo a incendiar todos os meus caminhos.
O mar desfolhava-se, em voz dorida, nas areias inanimadas, num entardecer melancólico enfeitado de frio.
Não importa se recordo o que nunca aconteceu…
Regressarei a este céu…essa é a minha maior certeza.
Quem sabe não estarás, um dia, a minha espera à porta do paraíso?
Clara Maria Barata
O teu sorriso sedutor encorajou-me e desci contigo a tosca escadaria de pedra que conduzia à praia deserta, esquecida do mundo, onde o tempo parecia não existir.
As sombras projectadas nas areias douradas eram atravessadas por feixes de luz filtrados pelas brechas escavadas nas rochas que rodeavam a enseada.
Olhámo-nos demoradamente, extasiados pela magia deste momento único e arrebatador…
O brado das gaivotas suspendeu-se no ar quando, nus, mergulhámos no lençol azul do mar, os nossos corpos se fundiram e foram o pulsar da maré.
A vida oferece-nos raros instantes de pura emoção, que nos tocam a alma e guardamos em nós, na ilusão de um dia podermos regressar…
Hoje, voltei àquela praia paradisíaca, para sentir a tua presença, o fulgor dos teus olhos, a lava da tua boca, a centelha do teu corpo a incendiar todos os meus caminhos.
O mar desfolhava-se, em voz dorida, nas areias inanimadas, num entardecer melancólico enfeitado de frio.
Não importa se recordo o que nunca aconteceu…
Regressarei a este céu…essa é a minha maior certeza.
Quem sabe não estarás, um dia, a minha espera à porta do paraíso?
Clara Maria Barata