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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Porque...

Esta noite dormi profundamente, não te ouvi chegar
e como todas as passadas sonhei sonhos para viver
outros de vida passadas e outros ainda que guardo



Não te ouvi como é costume anunciares a chegada

que reconheço à distância na lisura da estrada

Não se fizeram ouvir os teus passos de mansinho

no espaço que nos separa quando termina o caminho

Não te ouvi aproximar conter a respiração, incontida

com esforço, receio de me acordar ficas a flutuar

Não senti como sempre teus dedos a caminhar

procurando os meus ouvidos para neles segredar

Não chegaram até mim, deslizando nos meus ombros

as mãos que me procuram e que reconheço ao longe

Não estremeci com o calor e o sabor do teu beijo


Não despertei

para contigo sonhar e adormecer de novo

Não te sentii no silênco, não encontrei os teus braços,


Porque, simplesmente,

Esta noite não vieste!

Fernanda Lopes