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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Desabitado

Não são lágrimas
Os instantes em que choro
Na transparência que recebemos

No fogo que faz o luar
Transpiro neste corpo despido
Sem braços ou dedos
Que se perdem
No silêncio das paredes
Nas sombras que habito
No morrer iludido
Que o passo deixa passar
Sem andar
Há muito que a minha nuvem
Se esvaziou em chuva
Nas lágrimas
Que molham o corpo já nu
Desvanecido sem sentido
Desabito-me

Por Carlos Margarido