Se do tempo
O tempo tem voz
aberturas de silêncio
move-se com a fúria do vento
a pacatez das brisas marinhas…
Se do tempo
eu fosse domadora
fazia dele
um entrelaçar florido
do passado no presente
com o futuro
numa trança longa
a descer da janela…
Caminharia nela
com a leveza da Primavera
fazia do tempo
um parto materno sem dor
tão-somente
o desabrochar aberto de amor…
Ana Coelho