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segunda-feira, 4 de julho de 2016

EU E O CAMPO

Vivo no campo
E oiço as ondas
Do mar onde me encanto
Que mais posso desejar
Se até lhe sinto o pranto
E quase lhe posso tocar?
Entre mim e ele
Tenho muito para desfrutar
Há campos lavrados
Eucaliptos perfumados
Animais a pastar, relaxados
Moinhos recuperados
Chaminés com vestidos rendilhados
Que dão beleza à paisagem
Há cabos de alta tensão
Que de feios chamam a atenção
Mas ficam diferentes, atraentes
Quando pássaros os transformam
Em belas pautas musicais
As perdizes acenam-nos
Da beira da estrada
E os coelhos correm e saltam
Brincando como crianças
O galo cantarola na alvorada
A galinha com o seu cacarejar de alegria
A chegada de mais um ovo, anuncia
Até os bâmbis lá estão ao entardecer
Para quem os queira conhecer
Há os costumes da aldeia
A simplicidade das suas gentes
Suas festas e tradições
Tanta cultura em ebulição
E claro, também tenho um por do sol
Sim, da minha humilde casinha
Vislumbro um mágico meio por do sol
Que umas vezes é laranja
Outras, amarelo
Muitas vezes anil
E de vermelho também se veste
Ali, a dois passos daqui
Para onde foge o meu olhar
E encontro o serenar
O sol beija o mar
Numa beleza sem igual
E eu posso imaginar
Como será o seu tocar
Sem precisar de me deslocar
A vida no campo é tranquila
Há sempre algo para aprender
Porque de campónia nada tenho
Mas a curiosidade é minha guia
E ouvindo as vozes da sabedoria
Enriqueço dia após dia
E há muito para aproveitar
De quem tem tanto para contar
Para ensinar…


Helena Santos